Este ano, podemos afirmar que houve a retomada do mercado imobiliário. Enquanto no final de 2017 havia uma perspectiva, o fato agora já está concretizado. Enquanto vivemos o fim do terceiro trimestre, os dados mostram que o primeiro foi de crescimento no setor.
Quem afirma isso é a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Segundo a câmara, as vendas de imóveis residenciais novos foram 17,3% maiores no segundo trimestre de 2018 em relação ao mesmo período de 2017. Mas essa recuperação ainda não foi suficiente para as empresas apostarem em novos empreendimentos.
De abril a junho de 2018 os lançamentos saltaram 119,7% em relação ao mesmo período do ano passado. O estudo Indicadores Imobiliários Nacionais, da CBIC com o Senai Nacional, ainda aponta que neste momento existe é um atendimento da demanda reprimida dos últimos anos. Sem que a confiança dos empresários na economia tenha se consolidado.
Realmente, os financiamentos imobiliários com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) cresceram 26,11%, se compararmos maio deste ano com o mesmo mês de 2017. Os dados são da Abecip, que informou ainda que o valor financiado no primeiro quadrimestre de 2018 somou R$19,79 bilhões. No mesmo período do ano passado foi R$13,2 bilhões. Esse montante representou alta de 18,1%.
Segundo a Abecip, no acumulado de 12 meses encerrados em abril de 2018, foram financiados R$46,18 bilhões. Comparados aos 12 meses anteriores, ainda existe um pequeno recuo de 2,5%.No segundo trimestre de 2018, segundo a CBIC, as vendas superaram os lançamentos em 25.483 unidades. Esse número representa um aumento de 119,7% nas unidades vendidas no período. Foram vendidas 29.951 unidades, 32,8% a mais do que no mesmo período de 2017. Ano em que 21.257 unidades foram lançadas.
Por regiões, o Norte se destaca com aumento de 40,7% nas vendas, seguido pelo Nordeste (34,7%). O Sudeste teve alta de 16,4% e o Centro-Oeste, de 6,7%. O Sul foi o único a apresentar queda: 1,1%.
Já em relação ao lançamento de imóveis, na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, houve elevação de 19,9%. A região Centro-Oeste acusou aumento de 697,7% nos lançamentos, o Sul apresentou alta de 234,1%, o Sudeste registrou aumento de 144%, o Nordeste teve queda de 4,7% e o Norte não anotou variação.
Vale destacar que no primeiro semestre, 40% das vendas na cidade de São Paulo foram de imóveis do Programa Minha Casa, Minha Vida.Os números não deixam dúvidas. A medida da Caixa em relação ao financiamento imobiliário deve-se também à perda de mercado para os bancos privados.
Para se ter uma ideia, se comparados os cinco primeiros meses de 2017 com o mesmo período de 2018, Itaú, Bradesco e Santander aumentaram, respectivamente, em 21%, 56% e 137% o total de recursos da poupança destinados ao crédito imobiliário. No mesmo período, a Caixa reduziu em 45% o valor.
O Santander, por exemplo, foi o primeiro banco privado a oferecer a linha pró-cotista aos clientes em agências específicas e com taxa de juros de 8,49%. Fora do pró-cotista, a menor taxa do banco é de 8,99%.
O Bradesco também está desenvolvendo esta opção, que deve ficar pronta em novembro deste ano. O público-alvo são clientes que possuem saldo de FGTS com pelo menos 36 meses de contribuição.
A ampliação da atuação dos bancos privados e a flexibilização do financiamento imobiliário apontam para a retomada do mercado imobiliário. De acordo com a Abecip, entre os primeiros semestres de 2017 e 2018, os empréstimos cresceram 23%, atingindo R$ 25,29 bilhões.